Não podemos fazer tal afirmação, pois para ser diagnosticada como uma criança com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é necessário que se tenha um laudo de um especialista psiquiatra ou neurologista infantil. Psicólogos e Psicopedagogos colaboram muito no processo da avaliação, mas o parecer final é do médico. Uma equipe multidisciplinar deve avaliar e acompanhar a criança portadora deste distúrbio de comportamento.
TDAH é um transtorno de causas neurobiológicas, que aparece na infância e normalmente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza pelos sintomas: desatenção, inquietude, hiperatividade e impulsividade.
Existem três subtipos:
1) Predominantemente Desatento
2) Desatento e Hiperativo – Tipo combinado
3) Predominantemente Hiperativo e Impulsivo – TDAH-I
Crianças do subtipo Predominantemente Desatento, comumente são vistas como “desligadas, vivem no mundo da lua”, porém, não atrapalham a aula.
Nos outros dois subtipos, onde o “não parar quieto” predomina, essas crianças costumam incomodar os colegas e com freqüência são punidos por professores. Não seguem ordens, conversam em horas impróprias, não entregam tarefas, etc.
O prejuízo no contato social é evidente nos três subtipos.
Vale salientar que nem toda criança inquieta, agitada ou que fala muito tem TDAH, pois crianças ansiosas também apresentam estas mesmas características.
É importante que antes de rotular uma criança, por não parar quieta ou prestar atenção, se investigue as reais causas desta agitação e inquietude. Muitas vezes, estas características apresentadas inicialmente, podem ser um pedido de “socorro” para algo que não esteja bem com a própria criança ou no âmbito familiar. Como ainda não consegue dizer o que sente, a criança pequena atua no ambiente, muitas vezes de forma inadequada, para denunciar que algo não vai bem.
Crianças com TDAH mostram-se inquietas e tem dificuldade de manter foco atencional, mesmo que o emocional esteja bem. Não "usam" tais características para chamar atenção. Há no lobo pré-frontal uma disfunção que causa o TDAH e não desenvolvem o transtorno, por conta de questões emocionais.
Se você, como eu, trabalha com crianças, no âmbito escolar e/ou institucional, procure maiores informações. Se atualize sobre o assunto. As crianças agradecem...
Renata de Jesus Alves. Professora Efetiva de Educação Física, do Fundamental I da Rede Pública Estadual de São Paulo. Pós-Graduanda em Psicopedagogia, pela Uninove.
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