quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Será que todo aluno inquieto, que “atrapalha” a aula e fala demais é portador de TDAH?

Não podemos fazer tal afirmação, pois para ser diagnosticada como uma criança com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é necessário que se tenha um laudo de um especialista psiquiatra ou neurologista infantil. Psicólogos e Psicopedagogos colaboram muito no processo da avaliação, mas o parecer final é do médico. Uma equipe multidisciplinar deve avaliar e acompanhar a criança portadora deste distúrbio de comportamento.

TDAH é um transtorno de causas neurobiológicas, que aparece na infância e normalmente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza pelos sintomas: desatenção, inquietude, hiperatividade e impulsividade.

Existem três subtipos:  
1) Predominantemente Desatento
2)  Desatento e Hiperativo – Tipo combinado
3)  Predominantemente Hiperativo e Impulsivo – TDAH-I

Crianças do subtipo Predominantemente Desatento, comumente são vistas como “desligadas, vivem no mundo da lua”, porém, não atrapalham a aula.

Nos outros dois subtipos, onde o “não parar quieto” predomina, essas crianças costumam incomodar os colegas e com freqüência são punidos por professores. Não seguem ordens, conversam em horas impróprias, não entregam tarefas, etc.

O prejuízo no contato social é evidente nos três subtipos.

Vale salientar que nem toda criança inquieta, agitada ou que fala muito tem TDAH, pois crianças ansiosas também apresentam estas mesmas características.

É importante que antes de rotular uma criança, por não parar quieta ou prestar atenção, se investigue as reais causas desta agitação e inquietude. Muitas vezes, estas características apresentadas inicialmente, podem ser um pedido de “socorro” para algo que não esteja bem com a própria criança ou no âmbito familiar. Como ainda não consegue dizer o que sente, a criança pequena atua no ambiente, muitas vezes de forma inadequada, para denunciar que algo não vai bem.   

Crianças com TDAH mostram-se inquietas e tem dificuldade de manter foco atencional, mesmo que o emocional esteja bem. Não "usam" tais características para chamar atenção. Há no lobo pré-frontal uma disfunção que causa o TDAH e não desenvolvem o transtorno, por conta de questões emocionais.
Se você, como eu, trabalha com crianças, no âmbito escolar e/ou institucional, procure maiores informações. Se atualize sobre o assunto. As crianças agradecem...

Renata de Jesus Alves. Professora Efetiva de Educação Física, do Fundamental I da Rede Pública Estadual de São Paulo. Pós-Graduanda em Psicopedagogia, pela Uninove.

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