quarta-feira, 6 de abril de 2011

Para pensarmos...

FÁBULA


Conta-se que os bichos determinaram criar uma escola porque o meio em que viviam estava se complexificando em demasia e já não podiam viver socialmente bem, com seus instintos inatos.
Aqui temos a necessidade que dá origem à instituição educacional. Não podiam, com seus instintos inatos, enfrentar um meio que se havia complicado demais. Por isto precisavam de uma Escola para adaptá-los e prepará-los convenientemente para as novas estruturas do ambiente.
Foi escolhido um corpo docente ótimo, todo ele com grandes títulos universitários e boa experiência, de modo que isto envaidecia a todos.
Para esta Escola, sem muita preocupação com o meio ambiente, escolheram o seguinte currículo: nadar, correr, voar, galgar morros e superar obstáculos.
Os primeiros alunos foram o cisne, o pato, o coelho, o gato e o cachorro.
Começado o curso, cada mestre preocupado apenas com sua matéria dava-a a torto e direito, pois era assim que julgava que estava certo e que fazia jus a seus acadêmicos. Os alunos, ao contrário, iam se desencantando com tão almejada escola.
Vejamos o caso particular de cada aluno.
O cisne nas aulas de correr, de voar, de subir morros, apesar de todo esforço, era mau aluno. Tirava notas péssimas, mostrava os pés ensanguentados nas corridas e as asas com calos adquiridos na ânsia de voar alto e veloz. O pior era que com o esforço nessas disciplinas começara a nadar pior que antes, coisa em que era exímio.
O coelho por sua vez, padecia nas matérias de nadar e voar. Como poderia voar se não tinha asas? Mas ninguém poderia ficar dispensado de nenhuma matéria. Em se tratando de nadar, a coisa era igualmente difícil, se bem que um pouco menos que a anterior. O que o salvava eram as duas matérias anteriores, correr e galgar morros, pois suas notas em nadar eram de reprovação.
O gato tinha o mesmo problema do coelho, em se tratando de nadar e voar. Com respeito a voar, ele insistia em que se fosse o caso de vir de cima para baixo, ele podia ter relativo êxito. O professor, contudo, não podia aceitar esta condição, porque não estava de acordo com o programa oficial que deveria ser cumprido rigorosamente.
O pato, finalmente, era um aluno medíocre em tudo – Voava um pouco, corria mais ou menos, nadava até muito menos que o cisne. Claro, escalava até com certo desembaraço. Sua média geral era a melhor. Não tinha reprovações como o coelho e o gato. Por isso sua mediocridade em tudo o fazia sumamente brilhante na estatística final.
Foi assim, escolhido orador da turma, apesar de reclamação geral.
O coelho se queixava de correr e galgar morros muito melhor que ele; o cisne de nadar muito melhor. Cada um tinha sua queixa justificada a fazer. Um único fato deixou todos calados: ninguém tinha média superior à dele e por isto estatisticamente era superior a todos.



fonte: Centro de Recursos Humanos e Pesquisas Educacionais

“Prof. Laerte Ramos de Carvalho”


Nenhum comentário:

Postar um comentário